terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Valor de uma vida

*Márlon Hüther Antunes

         Nesta época de campanha eleitoral em esfera nacional e estadual, um dos grandes assuntos em pauta é a questão da saúde, direito de todos e dever do Estado, segundo o artigo 196 da Constituição, defendida pelos candidatos como prioridade e necessidade urgente de melhorias. E realmente é preciso! Mas parece que este discurso só é levantado a cada 2 ou 4 anos. O valor da vida e o direito são esquecidos e afogados na burocracia da máquina administrativa. É o caso do adolescente carioca Fabio de Souza Nascimento, que morreu depois de 8 meses de espera por um equipamento médico que custa 520 reais mensais, não foi atendido nem em esfera municipal, estadual ou nacional, porque um atribuiu a responsabilidade ao outro, mesmo com uma ordem judicial para que recebesse o equipamento através do SUS, teve roubado seu sonho de viver.
         Quanto vale uma vida? Neste caso praticamente um salário mínimo. Chocamos-nos quando ouvimos que pessoas morrem por mil reais de dívidas, ou acertos de contas com cifras bem maiores. E diante de um fato deste, pouco se sabe ou se faz, pois quantos “Fabinhos” diariamente morrem por falta de seus direitos atendidos em filas de atendimento? Num país onde 75% da população não tem plano de saúde – outro absurdo, pois paga-se duas vezes por um serviço que nem sempre garante qualidade -  em Alagoas este número é ainda maior, como fazer valer estes direitos? Omitindo-se? Levando o caso para justiça e acumulando mais prejuízos deficitando ainda outro sistema lento?
         Como garantir um bom um sistema de saúde que de fato priorize o valor da vida, sem atacar mais uma vez o bolso do contribuinte? Estará em quem escolhermos para dar valor as nossas vidas, em quem elegermos como nossos representantes.
         Enquanto muitos fazem da máquina pública um trampolim para vantagens próprias, longe da realidade geral, se esquecendo dos direitos de quem representam, temos o exemplo daquele que intercede por nós, sabe quanto custa uma vida, viveu como uma pessoa comum, não pensou apenas nos seus: “Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente” (Mateus 20.28). Como seria bom se as pessoas fossem vistas, não como meros números, mas conhecidas por seus nomes e necessidades do dia a dia; valorizadas não pelo que tem, mas pelo que são! Os exemplos estão ai, escolha, eleja e confie no seu representante de maneira bem consciente! Comece hoje.

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