12º Domingo após Pentecostes
Leituras: Hb
11.1-16; Lucas 12.22-40
Muitos são os tipos dos pais. O meu pai é diferente do seu, o seu
pai é diferente do seu sogro. Seu avô foi um pai diferente, com certeza você
será outro tipo de pai. Existem pais mais modernos, outros nem tanto. Aquele
pai mais rígido e também aquele que é mais maleável. Alguns conversam bastante,
outros são mais caladões. Há aquele que é meio rabugento e outro que é um
paizão! Qual o perfil do seu pai?
Levando em consideração as muitas diferenças existentes nas pessoas
e, consequentemente, nos muitos tipos de pai. Vamos meditar no tema: Pais que
crêem são filhos de Deus.
Na Bíblia também encontramos vários exemplos de pais: Adão, o pai
que viu o resultado do seu pecado diretamente em seu Filho, que matou o irmão;
Isaque, pai de gêmeos; Labão, o pai que, para despachar a filha encalhada,
enganou seu genro Jacó. Hoje lembramos nas Leituras bíblicas também de Abraão,
Pai em avançada idade, mas especialmente reconhecido por sua tamanha fé, que
fez Deus o constituir como Pai de muitas nações.
Vejamos como foi à vida deste
pai.
Abraão era homem muito rico em gado, prata e ouro. Mas vivia em
barracas. Porque não usou estes bens para satisfazer seus desejos pessoais em
sua vida? Poderia ele ter pensado em comprar uma terra, levantar ai sua
residência. Montar uma fazenda com seus muitos animais. Mas não, não era esse
terreno que lhe interessava.
Morreu na fé, confessando que era estrangeiro e peregrino neste
mundo. Porque, pela fé, ele esperava a cidade de Deus, terra prometida. Anelava
pátria melhor. Por isso Deus não se envergonhava de ser chamado Deus dele,
conforme dito no livro de Hebreus. Não que suas posses terrenas não servissem
de nada, claro que sim. O que fazia Abraão com seus bens? Em Gn 14.13-16 nos é
dito qu Abraão usou seus bens para salvar Ló, seu sobrinho. Em Gn 14.20 também está
escrito que usou seus bens para agradecer a Deus ofertando. Ou seja, Abraão
usava aquilo que o Senhor havia lhe dado em amor a Deus e ao próximo. Seu
coração estava com Deus e a favor do Próximo. Lembramos como ele não hesitou
nem mesmo em dar seu próprio Filho de volta a Deus, quando pedido.
Esse é um Pai que crê! Essa fé o torna Filho de Deus.
A nós pais, seja como formos, podemos também ser "Pais
Filhos" de Deus pela fé", quando sabemos que o mais importante é
buscar em primeiro lugar a Deus e sua Justiça (Mt 6.33). É essa
herança que temos deixado a nossos filhos?
Muitas vezes temos nos dedicado tanto as coisas terrenas (trabalho,
dinheiro, status, etc...) e não damos duro para encher nossa casa com fé!
Desdenhamos até. Esquecendo do que lemos semana passada em Ec 2: "Tudo é
Ilusão". E aí? Na hora da morte, do que valerá ter enchido nossos bolsos e
corações com tudo isso que é material?
No Evangelho de hoje, Jesus vê os discípulos preocupados com a vida
terrena. O que comer, o que vestir. Então lhes ensina como o Senhor cuida,
dando exemplos claros e simples, que qualquer um entende: Flores e pássaros.
Diz para os discípulos buscarem em primeiro lugar a Deus, pois onde está o seu
tesouro estará o seu coração. E que assim se preparem, pois não tardará em
voltar para julgar os vivos e mortos. Felizes os que estiverem preparados.
Os bens materiais podem impedir a visão do tesouro celestial.
Fazendo que não estejamos preparados para a vinda do senhor. Não coloquemos as coisas
terrenas na frente de nossos olhos e nos olhos de nossos filhos. Dediquemo-nos
aos nossos filhos com a nossa fé. Mostrando que além de Pais, somos Filhos de
Deus. E Assim, caminharemos, pais de todos os tipos, filhos de todas espécies, juntos para o Pai
Celeste. Amém.
Rev. Igor Marcelo Schreiber
Uruguaiana,
09.08.2013