terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pavio curto
*Márlon Hüther Antunes

A cada dia se corre mais! Exemplo disso são os carros potentes e cada vez mais confortáveis, com seus vidros escuros e fechados, que impressionam qualquer um. Enquanto se voa baixo com o desejo de chegar logo, o grande número de veículos congestiona a paciência de muitos. Especialmente nas capitais o trânsito tem se tornado o grande vilão. A facilidade, conforto e tecnologia que deveriam trazer uma melhor qualidade de vida, tem tornado as pessoas mais apressadas, agitadas, estressadas e com o pavio curto.
Vive-se a geração “Fast food”, não se sabe esperar, não se suporta contrariedade, deseja-se tudo para ontem; o culpado sempre é o outro. Um fato que aponta para esta realidade é o número de crimes violentos e sem motivos que tem aumentado. Casos como os relatados há poucos dias do jovem de 16 anos que esbarrou em uma mulher dentro do ônibus em Nova Iguaçu-RJ e acabou assassinado a mando de um homem dentro do próprio ônibus que tomou a dores da mulher; como o igualmente triste caso do pai, que no dia dos pais retornava com a família para casa, quando foi assassinado por causa de uma pequena batida num outro carro em São Paulo.
Quando Jesus em Mateus 24 sentou-se para instruir seus discípulos, sobre o futuro , falou de dias piores, de fatos que parecem cada vez mais atuais: enganação, guerras, fome, terremotos, ódio, escândalos e por fim a frieza no coração das pessoas.
Estas primeiras dores antes do parto, conforme ditas por Cristo, apontam para uma realidade e sociedade cada vez mais prestes a explodir, beirando a morte, sob pressão. Hoje mais do que nunca, é preciso correr menos e recuperar alguns valores humanos, “afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas?” (Mateus 6.24).
Não perca sua paciência, não deixe seu fardo se acumular e congestionar sua vida. Exerça o que há muito se perdeu: respeito, tolerância, reconhecimento do erro. Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11.28). Isso envolve sair da zona de conforto, mas traz ótimos benefícios ao coração, à família, enfim, a todos.
Para não perder a paciência, quem sabe seja necessário sair um pouco mais cedo, sair na frente. Jesus saiu na frente deixando uma receita bem simples e duradoura: “Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” João 16.33. A coragem aqui não é para banalização da violência, resultado de uma pressão psicológica da vida, mas é o ponto de partida, para não se queimar com pavio curto.
É Teólogo e Pastor da Igreja Luterana em Maceió.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A RAPOSA

Um lenhador acordava todos os dias às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias, o lenhador, que era viúvo, ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada.

Sistematicamente, os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um animal selvagem, e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:

-Lenhador, abra os olhos!

-A raposa vai comer seu filho.

-Quando ela sentir fome vai devorar seu filho!

Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com a boca totalmente ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma machadada na cabeça da raposa. A raposinha morreu instantaneamente.

Desesperado, entrou a correr no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranqüilamente, e, ao lado do berço, uma enorme cobra morta.

O Lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.



Moral da estória:

Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar.

Quantas amizades já foram desfeitas, lares destruidos, quantos mal entendidos, tudo por causa da influência e do julgamento de outras pessoas.

Por isso, nunca tome decisões precipitadas, nada melhor do que o diálogo, ainda que você encontre a "raposa" com a boca cheia de sangue...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O mundo num clic

*Márlon Hüther Antunes

*É Teólogo e Pastor da Igreja Luterana em Maceió

O acesso a internet está cada vez mais democrático. O clic que há pouco era artigo de luxo, está cada vez mais presente nos lares. Com ele não há distância que impeça a comunicação, contas são pagas, negócios são fechados, pesquisa e informação estão nas mãos. Na mesma velocidade e praticidade que trazem benefícios, trazem prejuízos e problemas movidos pela má fé de muitos. Fato foi a ação de hackers apontados como responsáveis por um apagão que atingiu 15 estados brasileiros no ano passado, trazendo muita dor de cabeça.

O clic põe o mundo na ponta dos dedos de cada vez mais pessoas, como ferramenta de trabalho ou entretenimento precisa ser usada com moderação e cuidado. Pessoas já tiveram suas contas varridas, privacidade roubada, honra e moral destruídas. As redes de relacionamentos expõem a vida sem limites, problemas de pedofilia na rede têm sido deflagradas ultimamente, uma prática crescente, absurda e lucrativa. Sites de vídeos viraram febre para todo tipo divulgação, alguns preocupantes como registrados na última madrugada do dia 26, onde dois adolescentes gaúchos, ele com 16 e ela com 14 anos, convocaram internautas acordados naquele momento para uma apresentação sexual ao vivo. A mãe da jovem no dia seguinte mostrou-se surpresa e apavorada com a atitude da filha, relatou que não foi por falta de orientação e limites.

Limites, como estabelecê-los? Os jovens estão cada vez mais isolados, informados e precoces com todo tipo de informação que conseguem ali, sozinhos na frente do computador. E se há poucos anos a crítica era para a televisão que calava toda a família reunida enfrente a tela, hoje é o computador com programação prevista para muitas 24horas.

Se o clic ganha o mundo em milésimos de segundos, precisamos antes de tudo preparar dedos, olhos e mentes, que com ele viajam e que estão bem próximo a nós. Pode demorar um pouco, mas sem educação senso de responsabilidade e ética um clic pode ser fatal. O clic que leva a uma verdadeira viagem virtual, não deve nos esquecer do fato que somos de carne e osso, precisamos de identidade e objetivos claros “alguém vai dizer: ‘eu posso fazer tudo o que quero’. Pode, sim, mas nem tudo é bom para você. Eu poderia dizer: ‘posso fazer qualquer coisa’. Mas não vou deixar que nada me escravize” (1ª Coríntios 6.12). Os limites do mundo virtual e do clic, poderiam bem representar estas palavras: “eu vim para que tenham vida e vida em abundância” (João 10.10), mas esta é a verdade, bem real e viva de Jesus antes do clic final, depois de salientar do cuidado daquele de vem de mansinho, rouba, mata e destrói, não falava da internet, mas aponta para um fato: vivemos por um clic.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Jornalista Profeta

Penso que o jornalismo investigativo tem cumprido um papel profético.

Giovani Grizotti é o nome do jornalista que tem feito por merecer o título de profeta dos novos tempos, denunciando crimes, corrupções e verdadeiras maldades contra o povo, expondo de maneira tão evidente que deixa rubros até os mais desavergonhados do mundo.

Nos textos bíblicos a principal função dos profetas não era prever o futuro, mas sim chamar as pessoas ao arrependimento. Para atingir seu objetivo, os profetas, em nome de Deus, apontavam com força os erros cometidos. Assim fez Natã ao repreender o rei Davi, igualmente Amós, Jeremias, João Batista e todos demais profetas.

A verdade é que não apenas os vereadores de Triunfo, flagrados passeando em Foz do Iguaçu, precisam arrependimento. Todos nós necessitamos. Ainda que não tenhamos sido filmados, temos que admitir muitos erros em pensamentos, palavras, ações e omissões.

Se ainda não existem câmeras nos seguindo, lembremos que os olhos de Deus acompanham tudo. É hora de cessar a corrupção. É hora de parar com as traições, com aquilo que julgamos que ninguém sabe. É hora de mudar de vida! Antes que nossos erros sejam escancarados diante de todos.

A Escritura nos diz que “tudo o que está oculto será revelado (Lc 8.17)”. Ela também diz que, “se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós”. A Escritura também nos motiva ao afirmar que se pararmos de tapar o sol com a peneira, isso é, “se confessarmos os nossos pecados, Deus é Fiel e nos perdoará (1 Jo 1.8-9)”, nos dando a chance de recomeçar.

Na reportagem do Grizotti, a presença das câmeras fez com que muitos fugissem de medo. Era a evidência que também tinham algo a esconder, a ocultar. Com a força do perdão conquistado por Jesus podemos viver uma nova vida, onde os olhos de Deus não representam uma filmadora que quer acusar e revelar pecados, mas proteger e acompanhar.

Pastor Ismar Lambrecht Pinz

11/08/2010 - Comunidade Cristo Redentor, Três Vendas, Pelotas.

ismarpinz@yahoo.com.br

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Comunicação

Um dos maiores desafios da atualidade, apesar de toda modernidade e tecnologia, é a comunicação. Mesmo com todas as ferramentas disponíveis por aí para apresentar um produto, divulgar, convidar, informar..., muita gente ainda perde boas oportunidades porque não foi comunicada.

Para piorar um pouco mais o quadro, a comunicação se torna ainda mais complicada quando aquilo que temos que comunicar é exatamente o que o ouvinte menos quer ouvir: Os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos (Lc 13.30). Em um mundo onde o fracassado é aquele que deixa seu companheiro de equipe ultrapassar, ou aquele pai que coloca as necessidades da sua esposa e filhos antes das suas, como é que podemos comunicar aquilo que o próprio Cristo comunicou: os últimos serão os primeiros?

Contar vantagens é uma das coisas mais gostosas de fazer. É tão bom dizer que nos demos bem num negócio, que pechinchamos, ultrapassamos, que estamos na frente. Foi se sentindo dessa forma em relação aos gentios que um judeu perguntou pra Jesus: Senhor, são poucos os que vão ser salvos? (Lc 13.23)

Jesus resume sua resposta com um “Esforçai-vos (façam de tudo) para entrar pela porta estreita”. Em outras palavras: “não é só porque teu avô era Abraão que tu podes contar vantagem!”. Contar vantagem por fazer isso ou aquilo é o que menos importa. Comer e beber com Jesus não era condição de que no fim está tudo garantido. Antes de perguntar quantos serão salvos, preciso perguntar: Como sou salvo?

Para abrir a porta estreita, Jesus se tornou o último em nosso lugar para que nós fossemos os primeiros em seu reino. Ele se esforçou, ele fez de tudo. Esta mensagem, que para o mundo parece estar invertida, é a pura verdade divina que precisa ser e que está sendo comunicada aos quatro cantos do mundo.

Que os pais de hoje não deixem de comunicar a Boa Nova da Salvação em Cristo aos seus filhos e de orar para que o Espírito Santo os faça compreender. Que Deus Espírito Santo nos ilumine com seus dons e desperte bons comunicadores na sua Igreja para levar Cristo para todos.

*Um comunicado especial: Feliz dia dos pais!

Otto Neitzel

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