O Natal está aí! Para mim foi e sempre será um dos períodos mais alegres! No entanto, é um período que não só fica marcado pela mensagem natalina, mas também por acontecimentos trágicos que entristecem famílias! É o que relato nessa crônica:
Natal Fatal
A violência ronda as nossas vidas! Gerada por discordas, mas as vezes também pela bebida alcoólica!
É véspera de Natal! Os pomeranos seguem uma velha tradição! Reúnem as famílias para uma confraternização onde rola comes e bebes. A confraternização natalina acontece na casa do Senhor Teodoro Herbzt, dia 24 de dezembro 1953.
Essa é uma época, geralmente, chuvosa e de rios cheios, transbordantes!
Como sempre, alguns costumam exagerar na bebida alcoólica e acabam criando confusão e coragem – discutem se empurram brigam! O dono da casa querendo impor respeito e manter a ordem arma-se com uma faca e desafia. E é claro, sempre aparece um corajoso, no caso, um estúpido e entra em luta corpo a corpo e acaba sendo esfaqueado.
O ferido, mortalmente, é conduzido ao hospital na sede do Município, distante 45 quilômetros. Ele morre a caminho! No dia seguinte Teodoro é flagrado no crime e levado preso pela polícia à cadeia municipal.
O Dia de Natal que deveria ser um dia de alegria, de festa, harmonia e reflexão, lembrando o nascimento do Menino Jesus, como o Salvador, para Teodoro e ferido foi um caminho sem volta!
A polícia escolta a pé o criminoso margeando o rio Jucu que transbordava! Teodoro de capa de chuva, mudo, caminha entre os soldados. A estrada os conduzia até o local onde a viatura policial os aguardava. Na época, não era como hoje, não haviam estradas onde carros transitam. Era um caminho para carroça e mulas e por outro lado, a chuva o tornava intransitável.
Teodoro num gesto brusco joga a capa de chuva no barranco e salta precipitando-se no rio, onde a correnteza era mais forte! Nada a fazer! As águas o engoliram! Em vão a tentativa do soldado que caminha atrás dele.
O que se passou na cabeça desse homem, ninguém, até hoje, soube dizer! E os dois pobres soldados que o escoltavam? O que dizer? Houve relaxamento à prisão! Coisa que, aliás, hoje é comum, para não ser preso em flagrante que é uma agravante. O que os soldados deveriam ter feito? Eles facilitaram a fuga, ou seja, o suicídio?
É! Teodoro só foi achado oito dias depois, com os olhos e as orelhas comidas pelos peixes. Dia 1º de janeiro de 1954, ano em o presidente Getúlio Vargas também se suicidou.
Que Natal! Que início de Ano para uma família que apenas queria confraternizar com os amigos de uma mesma tradição.
Quem afinal não se lembrará dum Natal e Ano Novo como esse?
Um Natal Fatal!
Autor: Nelson Linhaus
Que o bondoso Deus, mais uma vez nos abençoe neste Natal com a alegria e a comunhão do Menino Jesus nascido em Belém!
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