quarta-feira, 18 de julho de 2012

A verdade sempre aparece

Aos 96 anos, João Havelange, ex-presidente da Fifa, junto com seu ex-genro Ricardo Teixeira, foi condenado pela Justiça da Suíça pelas propinas de empresas patrocinadoras. Uma desonra, ele que é uma das figuras mais ilustres na história do futebol. Levou tempo, mas a verdade veio à tona. Algo parecido com a vida do criminoso nazista mais procurado do mundo, Laszlo Csatary, 97 anos, acusado pelo extermínio de 15 mil judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Passaram seis décadas, mas na semana passada a polícia encontrou o nazista escondido na Hungria sob a pele de bom velhinho. Evidentemente que não se pode comparar Havelange com Csatary, mas um detalhe comum caracteriza os dois: a anciã Mentira derrotada pela jovem Verdade.
 
Isto é bíblico, que “a mentira tem vida curta, mas a verdade vive para sempre” (Provérbios 12.19). Esta “perna curta” da mentira pode ser um dia ou 50 anos, não importa. Ela continua curta diante da verdade que dura para sempre. Vejam a situação do ex-presidente e senador Collor depois das revelações de sua ex-esposa Rosane, conforme o Fantástico do domingo passado. Aliás, parece que tudo na vida destas pessoas se transforma em “ex".  O que deve ser um alerta para todos os corruptos deste país que hoje exercem posições de destaque e vivem sob o manto da honradez. Um dia serão descobertos pela implacável jovem Verdade e o que lhes restará?
 
Um alerta para todos nós, sobretudo quando as Escrituras dizem: “Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós” (1 João 1.9). O texto segue dizendo que Jesus é o Advogado para aqueles que se arrependem e buscam a ajuda dele. Uma ajuda disponível tanto para um criminoso de guerra como para alguém que chama o outro de idiota (Mateus 5.22).  Por isto, mesmo quando no derradeiro tribunal “tudo o que está em segredo será conhecido e revelado” (Lucas 8.17), percebe-se reiteradamente que também no curso desta vida a verdade sempre aparece.
 
Marcos Schmidt
pastor luterano

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Na frente do espelho

Dias atrás foram divulgados os dados religiosos do IBGE coletados em 10% dos questionários. Os números podem não corresponder à realidade, mas de alguma forma revelam que vivemos num país cada vez mais diversificado nas questões de fé, configurando um cardápio bem variado no mercado religioso – igual a um Buffet de restaurante. A Igreja Católica representava 64,6% dos brasileiros em 2010 – 123 milhões de pessoas. As Igrejas Evangélicas, 22,2%  – 42,3 milhões de pessoas. Fora do cristianismo, o censo indicou que 3,2 % eram de outras religiões, 2% do espiritismo, e 8% sem religião – entre estes, 615 mil ateus declarados.
 
Os números dizem que o Brasil é nominalmente 86,8% cristão. Mas, será que tais algarismos correspondem à realidade? Apesar das diferenças entre as diversas igrejas, ser cristão pressupõe acreditar nos ensinos fundamentais da Bíblia: no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, na divindade de Jesus, no perdão dos pecados através do sacrifício de Jesus, na ressurreição dos mortos, na vida eterna, no amor a Deus e ao próximo, enfim, naquilo que é a base da fé cristã. Mas, ser cristão é essencialmente viver como tal, já que a fé sem obras é morta, segundo o apóstolo Tiago. E aí começa a ruidosa contradição apontada por não cristãos e ateus. Se somos um país majoritariamente cristão, não deveria existir mais justiça, honestidade, moralidade, amor, misericórdia? Sem dúvida, está faltando conexão, coerência, prática...
 
Se bem que o cristão, em sua essência natural, é igual a qualquer outro religioso ou não religioso: pecador e cheio de defeitos. Mas, pelo fato de ter “o Espírito de Deus que produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade” (Gálatas 5.22,23), então alguma coisa está errada na cristandade brasileira. Quem sabe, antes de olhar pela janela, melhor mesmo é colocar-se na frente do espelho – uma recomendação do próprio Senhor Jesus
 
Marcos Schmidt
pastor luterano

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